quinta-feira, 25 de abril de 2013

O gato amarelo

Olá, vou lhes confessar que este post foi feito a um tempo. Fiquei  muito insegura se iria posta-lo ou não, afinal é uma história um pouco diferente do que escrevia, e fiquei com medo...sei lá, é um conto pequeno e bastante dark, me ouso a dizer, e eu não sei qual é o gosto dos meus leitores. Então me caiu a ficha " SEM REGRAS PARA O MUNDO" !
 É meio idiotice da minha parte me preocupar com o que vão achar de mim... então aí vai o meu conto mais dark!

  Contos de Lucia
 
                                                  O GATO AMARELO


 A minha tia-avó era uma mulher calma e serena, cuidou de mim quando minha mãe foi para Londres.
 Não há como esquecer do seu malévolo gato, um terrível gato amarelo com olhos estranhamente humanos, magro e comprido, ágil como todo gato deve ser. Aquele maldito gato que sempre ficava imóvel e me encarando, me torturando com a expressão demoníaca que sóaca que sressrando. Me torturando va ima humanos, magro e comprido, A eu via.
 Me inquietava todas as noites, com seu miado agudo e perturbador. Nas noites mais sombrias e escuras aparecia na cabeceira da minha cama, brincando com a minha mente sonolenta, até eu abrir os olhos e ver o ódio sorridente nos seus olhos marfim.
 A pior das noites aqui relatarei, para, talvez, dar um pouco de sossego a minha alma condenada...
 
 Caminhava lentamente no vácuo inexpressivo, hora flutuava, hora era tele transportada ao outro lado, exatamente igual ao que eu estava. Os gritos então, começados de repente, faziam meus ouvidos sangrarem e minhas veias por fim, estourarem uma a uma... No eco de cada grito um miado leve soprava minha mente. Eu poderia estar gritando de dor, porém em meus devaneios em meio a essa tortura procurava desesperada minha sanidade complexa, e descobrir o que estava acontecendo... Nos últimos minutos, do que acreditei ser minha vida, os gritos cessaram rápidos e eu , que não notei estar flutuando, caí em pedras afiadas quebrando os dentes da frente e estourando um olho. Minha garganta, que um dia já fora aplaudida pelas notas que alcançava, agora estava atravessada pela ponta do rochedo. Antes de eu sentir a dor, as pedras estavam viradas de cabeça para baixo. Meu corpo flácido escorregou, e eu me desloquei para um lugar, a morte era sedutora, confortável e quente, mas ela não estava ali, naquele lugar de terror. Imagens nítidas e rápidas de corpos mortos, dilacerados, rostos desfigurados passavam diante do olho que me restava. Agora era como se toneladas de ferro pressionassem minha cabeça dos lados, a minha pele se rompeu rapidamente, e então meu crânio estourou e os gritos recomeçaram mais altos e malignos.
 Abri meus olhos assustada, e lá estava em minha cabeceira, os grandes olhos de fogo encarando-me e seu miado agudo me fez gritar e tapar os ouvidos.
 Com o abajur, acertei a cabeça do gato amarelo, pulei da cama e continuei meu massacre ao animal que agora, miava baixo e fraco, toda minha humanidade me abandou e eu o matei. Seu pelo brilhante estava ensanguentado... Quando me recostei na cama e larguei o abajur.
Suspirei cansada e aturdida, eu acabara de cometer uma atrocidade... e tudo agora tinha cheiro de culpa, de morte. Fiquei sentada lá até o cadáver esfriar e endurecer. Com um saco grande e preto guardei o abajur e as roupas sujas, peguei o animal pelo rabo e quando o joguei, ele, em seu último sinal de tormenta, arregalou-me os olhos marfim, brilhantes e terríveis como nunca.
       

                                                                                                          Viviane Lucia Nonato


E então ?

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