sábado, 11 de fevereiro de 2012

Raiva

Agora sem regras. O livro chegou ao quarto cáp. Paulinha vai surpreender vocês.
Espero que gostem.
Maria Paula de Liz Realse Clara

                               4. Raiva

Eu estava em meu quarto cor-de-rosa no meu “mundinho perfeito de Paulynha” quando ouvi meu celular tocar. Meel M. chamando.
-Alô?
-Apareça na varanda.
-Espere...
Eu desliguei o celular e levantei da minha cama, atravessei a sala e olhei da varanda. Foi então que eu vi. Meel estava montada em uma linda, perfeita, maravilhosa, visivelmente veloz moto vermelha!
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
Gritei e desci correndo as escadas e fui em direção daquela beleza.
-Uau Meel! Que tudo!Aiin é tão linda!Ela é perfeita!Parece muito veloz!Seria melhor se fosse cor-de-rosa, mas... Nossa! Ela é perfeita!
Tagarelei enquanto rodeava a moto.
-Sim, legal não é?
Disse Meel rindo e desceu da moto.
Meel estava com mesmo macacão que usou quando ganhei meu carro rosa do meu pai. Um mês depois o carro foi roubado. Destino talvez?
Eu a abracei logo pensando que talvez daqui a um mês a moto fosse roubada. Não importa de quem fosse. Mas com certeza era dela.
-Aiin Meel! Ela é simplesmente demais!
-Eu sei!Não é o Maximo!?
-Mais que isso!Ela é...é...Sem palavras!
Eu estava mesmo sem palavras.Uma moto!Moto! M-O-T-O!
-Eu sei...
Eu ri e ela riu junto comigo
-Ela é sua?
Perguntei já sabendo a resposta. É claro que era dela! Acredito que ninguém em sã consciência deixaria uma menina de dezesseis anos pilotar sua moto. Espere...ela não estava pilotando, ela estava na garupa...
-Bem... só metade dela, a outra metade é do Bêe.
Ela disse e gesticulou para algo ao seu lado.
-Bêe? – Olhei para o lado e então o vi.Bernardo Medeiiros estava ali,senti uma vontade enorme de abraçá-lo e chama-lo de cachorro! Mas antes mesmo que eu tivesse tempo de abrir o sorriso que estava acostumada a abrir quando o via, lembrei do que ele fez comigo. A raiva tomou conta de mim e então disse friamente – Ah! Olá Bernardo.
-Erm... oi, Paulynha.
Disse Bernardo parecendo confuso e inocente,mas ele não me engana!Eu sei bem o planinho dele e não me deixei enganar por aquele rostinho lindo, com a frieza eu o corrigi.
- Maria Paula! – Mas não consegui encará-lo mais, se continuasse olhando para aqueles olhos castanhos claros, minha raiva iria embora. Virei-me e olhei para a Meel e tentei sorrir. – Bem amiga eu tenho que voltar para casa, mas assim que você tiver um tempo, volte aqui em casa.
-Ah! Claro amiga, pode deixar...
Eu queria conversar com a Meel que com certeza estava muito confusa com essa história,olhei para o Bernardo novamente e inevitavelmente eu fiz uma careta pra ele, mas logo voltei a mim e soprei um beijo para a Meel.
Virei-me e fui para casa, subi as escadas, mas antes de eu entrar, ouvi a moto e meu coração apertou. Aff’z quando eu quero sou muito malvada.
Mas agora não dava para voltar atrás.
Abri a porta de casa e corri para o meu “mundinho perfeito de Paulynha” que agora não parecia mais tão perfeito assim, não depois de lembrar o que o Medeiiros me fez!
“Um dia ele veio aqui e nós ficamos como já era de costume.
Ele me beijava tarada, pervertida, apaixonada e rapidamente.
-Uau!Hoje você está com tudo em Paulynha!
Ele disse ao fim do beijo
-Só eu é?
Se eu estava com tudo ele então...
-Mas você já esteve melhor.
Ele disse
Isso acabou comigo, como ele ousa dizer que eu Maria Paula de Liz Realse Clara, está melhor uma hora do que outra? Eu sou perfeita em todas as horas!
Olhei feio para ele, me virei e fui embora.
Ele não foi atrás de mim, como eu esperava. Depois descobri que ele tinha que ir embora.
Uns dias depois eu me esqueci disso e liguei para ele, a mãe dele atendeu:
- Alô?
-Oi, o Bêe está?
-Não, ele está com a Maricota.
-Maricota?(risos)
-É você não é Dora?
-Não. Olhe vou desligar.
Desliguei o telefone, irada!Como ela tem a ousadia de me confundir? Essa tal de Dora jamais iria ter a melodiosa e linda voz que eu tenho..
E ainda mais o que o Bêe estava fazendo com essa Maricota!
Aff’z!”
Lembrando-me de tudo isso, deitada na cama do meu quarto, ouvi a campainha tocar.
Bêe?Meel?Papai Noel?
Tantas opções!
Levantei-me devagar e fui lentamente em direção a porta. Quando olhei do olho mágico vi a Meel, meu coração ficou ao mesmo tempo feliz e triste.
Feliz por que precisava desabafar com minha amiga e triste por que eu queria ter uma conversa muito séria com o papai Noel!Ele esqueceu meu celular novo no natal do ano passado.
Meel estava com a cabeça virada para o lado e inclinada para baixo, com seu sorriso ela movia os lábios, olhei para a mesma direção que ela estava olhando e vi o Théo, meu sobrinho. Fiquei muito feliz em vê-lo!
A campainha tocou de novo eu girei a chave e escancarei a porta.
-Titia!
Gritou o Théo, e me abraçou.
-Sobrinho!
Eu o peguei no colo.
-Eii!
Ele reclamou
E eu ouvi a risada de Meel.
-Me solta!Me solta!
Théo pediu e eu o soltei.
-Pronto seu chato.
Eu mostrei a língua pra ele e ele fez o mesmo.  
-Oi Meel!
Eu olhei para a menina de cabelo vermelho vivo que entrava em minha casa. Ás vezes a Meel não parece minha melhor amiga, ela parece estranha. Eu a conheci com treze anos e ela doze, ela tinha cabelo castanho escuro e curto, não mudou muito em quatro anos, só seus cabelos que estavam compridos e vermelho vivo!
-Olá Paulynha.
Ela sorrio pra mim, não da mesma forma que costuma sorrir, e eu sabia por que ela estava diferente.
-Hã... Théo, tem refrigerante na geladeira.
Eu disse olhando para Théo que estava deitado no sofá com os pés em cima da mesa.
-Qual?
Ele perguntou.
- Coca.
Meel respondeu se colocando ao lado do sofá.
-Oba!
E levantou-se depressa do sofá e correu para cozinha.
Eu olhei a Meel, e antes que eu pudesse dizer algo ela disse:
-Eu escutarei e só depois darei minha opinião. Prometo.
Ela sorriu, a Meel me conhece muito bem.
-Vamos para o meu quarto.
Eu disse e a puxei pela mão.
-“O mundinho perfeito de Paulynha”
Zombou Meel enquanto entravamos.
 Nos sentamos na cama e peguei meu travesseiro em forma de coração cor-de-rosa que apelidei de Bêe.
-Pode começar, explique-me tudo.
Disse Meel.
-Bem... – Eu contei tudo a ela sem esconder nenhum detalhe e depois finalizei – Meel, o que me deu mais raiva, foi o fato de que depois disso ele ficou três meses sem vir pra cá!
A Meel que ficou quieta todo o tempo em que eu falei como ela mesma havia prometido gritou:
-EU TE ODEIO!VOCÊ NÃO SABE O QUE EU TIVE QUE PASSAR POR CAUSA DE VOCÊ E SUAS MANIAS BOBAS! ELE FEZ A CARINHA MAIS TRISTE E MAIS DEPRIMENTE DO MUNDO! EU TE ODEIO! O QUE EU VI FOI TORTURA!TOR-TU-RA!
Ela suspirou depois de gritar e se deixou cair na cama.
Uau!Imagino como o Bêe deve ter ficado, quando ele esta triste deixa todos a sua volta triste também.
-Está mais calma?
Perguntei depois de um tempo com minha voz de Barbie.
-um - hum.
Ela respondeu.
-Estou errada, não é?
Perguntei já sabendo a resposta.
-Muito...
Ela começou.
Então ouvimos a porta abrir.
-Ah!Então foi por isso que o Bernardo estava boladão lá na casa da Meel.
Disse Théo sentando-se entre mim e Meel.
Aah! Ele havia escutado tudo!
-Théo, é horrível ficar ouvindo a conversa dos outros atrás da porta!
Resmungou Meel.
-Que conversa?Só ouvi Paulynha falar e você gritar... depois de muito tempo. Paulynha é uma matraca.
Ele disse e riu.
-Olha só, será que vocês podem prestar atenção em mim!Eu sou a importante aqui!
Reclamei.
-Você está errada e sabe disso.. não farei mais nada.
Disse Meel e se levantou.
-Quem quer sorvete?
Perguntou Théo.
-Sorvete?Hum, pode ser uma boa idéia.
Eu disse e me levantei, Théo se levantou em um pulo.
-Promete que depois irá falar com o Bêe?
Pediu Meel.
-Sim.
E disse animada. Tudo iria se resolver.
 Odiei ir andando depois que eu vi a moto da Meel, bem que o Bêe podia ter deixado com ela.
-Eu quero de chocolate.
Disse Théo ao vendedor
-Uva.
Disse Meel em seguida.
-morango.
Eu disse por último.
Assim que o senhor nos deu os sorvetes, eu vi a linda moto vermelha a dois metros de mim.
Não!Não pode ser!Será?
-Meel...
Eu chamei, mas ela já estava olhando primeiro do que eu. Ela reconheceria moto mesmo que ela estivasse na China!
Mas o que nos chamou atenção não foi apenas o fato da moto estar lá. Foi que uma garota estar encostada nela. A menina era bonita admito usando uma minissaia jeans e uma blusa verde tinha cabelo preto liso até o ombro. Eu queria ir até lá. Mas não tive coragem. Então a menina olhou pra mim, seu rosto demonstrou espanto por um momento, depois vi que ela sorriu maliciosamente, como se me conhecesse, ela virou o rosto e automaticamente olhei para mesma direção que ela. Vi que Bêe se aproximava, meu coração apertou. Ela olhou para mim novamente e ele fez o mesmo. Ao encontrar os olhos de Bêe, podia jurar que os vi brilhar.
Foi tão rápido que quando vi já tinha me levantado da cadeira.
Assim que Bêe me olhou a menina ao seu lado o puxou ferozmente e o beijou. Ele nada fez, ficou parado deixando que ela o beijasse.
Théo não estava conosco, brincava na pracinha com outros meninos.
-Tchau.
Disse para Meel com voz de choro.
-Mas...
Ouvi-a dizer, mas eu já estava longe, andava tão rápido que tropecei em uma pedra, mas não cai, continuei andando.
Chorava, chorava de raiva, chorava sem lágrimas, como ele pôde?
Não conseguia pensar direito.
 Estava perto da minha casa quando ouvi o barulho de uma moto.
Não!Não!Não!Não! Ele não podia ter a cara-de-pau de ir atrás de mim. Não mesmo!
Olhei para trás por uma fração de segundos e o vi.
Quando olhei novamente pra frente disposta a andar mais depressa, a correr se fosse necessário, vi tudo passar rápido por mim, senti algo gelado bater em meu peito, e senti dor. O ouvi gritar:
-PAULYNHAAAAAAA!
Eu havia caído, quando me apoiei nos braços para me levantar, senti mãos fortes se porem debaixo de mim e puxar-me.
Estava de pé muito rápido e fiquei tonta por um momento.
-Você está bem?
Ele perguntou. Ele me olhava preocupado, seus olhos castanhos escuros me acalmaram, tive vontade de sorrir, e infelizmente sorri. Ao ver meu sorriso ele se tranqüilizou, e sorriu também. Aquele sorriso lindo... Mas logo votei a mim, eu tinha que estar com raiva dele. Quando dei por mim nossos corpos estavam muito mais juntos do que eu esperava. Parei de sorrir num ato e o empurrei.
-Me solte! Está louco? Fica me agarrando!
Eu passei a mão pelo corpo como se estivesse limpando o que ele tocou.
-Cara, por que você ta...
Ele começou, mas eu não o deixei terminar.
-Simplesmente pelo fato, de depois de você ter dito coisas horríveis pra mim de como eu sou ruim em uma hora e boa em outra, ter ficado com uma Maricota e uma Dora, depois você some! E por fim beija outra garota na minha frente! Você é um idiota!Eu te odeio!E quer saber de mais eu...
Eu comecei a tagarelar alto. Bernardo me segurou firme pelos braços e gritou:
-CALA-A-BOCA! – Eu me assustei, ele nunca havia gritado comigo, nunca dessa forma, acredito que o jeito que ele estava me segurando, poderia me machucar facilmente, mas ele não o fez me segurava firme, mas não tão forte a ponto de me machucar, ele jamais faria isso. – Eu sumi por uns tempos por que meu pai pediu para ajudá-lo com a mamãe que estava doente! Maricota e Dora são minhas primas que ficaram lá para me dar uma força! E aquela garota é só uma amiga! Já expliquei que não gosto dela! – À medida que ele falava meu coração ficava mais aliviado, suas palavras saíam mais calmas à medida que ele as falava, até que então ele parou, e ainda me segurando firme chegou nossos rostos para mais perto. – Você não vê sua patricinha idiota? Eu gosto de VOCÊ.










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